Relógio

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Romantismo em Portugal

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"A Revolução Belga", de Wappers.

Durante o século XIX, Portugal participou de grandes transformações políticas européias.
Nesse período as primeiras manifestações pré-românticas aconteceram, mas o Romantismo só teve início no final dos anos 20.
O introdutor do Romantismo em Portugal é Almeida Garrett, essa nova escola dominará até a década de 60.
Conforme se sucederam as gerações dos autores o Romantismo foi evoluindo, isso se deu em três momentos:
* Primeira geração romântica portuguesa
- Sobrevivência de características neoclássicas.
- Nacionalismo
- Historicismo, medievalismo.
Principais autores:
- Almeida Garrett
Obras:
Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); Folhas caídas (1853).
Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50).
Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844); D. Filipa de Vilhena (1846).
- Alexandre Herculano
Obras:
Polêmicas e ensaios: A voz do profeta (1836); Eu e o clero (1850); A ciência arábico-acadêmica (1851); Estudos sobre o casamento civil (1866); Opúsculos (10 volumes, 1873 – 1908)
Historiografia: História de Portugal (1846-1853); História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859).
Poesia: A harpa do crente (1838).
Prosa de ficção: Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848); Lendas e narrativas (1851); O bobo 1878 publ. póst.).
Romantismo
a arte da burguesia
Contexto histórico:
­– Na Europa, definiu-se como escola literária nos últimos anos do século XVIII e predominou durante a 1ª metade do século XIX.
– Os escritores alemães e os ingleses foram os pioneiros da nova tendência, mas coube aos franceses o papel de divulgar o Romantismo (principalmente no Brasil).
– Período da consolidação da burguesia, que passou a dominar a vida política, econômica e social após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial (virada do séc. XVIII para o XIX).
A burguesia conquistou o apoio popular sob a égide do lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade que traduzia o desejo de romper com os valores aristocráticos, de luta por uma sociedade mais harmônica com propostas de um governo democrático, de igualdade e justiça social, de direitos humanos, de liberdade de todo e qualquer indivíduo.
A realidade das sociedades industriais: mecanização da indústria, maior produtividade, crescimento do mercado consumidor, divisão do trabalho, surgimento do operariado. Solidificação do capitalismo. Plano social delineado em duas classes distintas: a classe dominante (burguesia capitalista industrial) e a classe dominada (proletariado).
PROGRESSO POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL DA BURGUESIA

Romantismo

baseado na liberdade de criação e expressão, na supremacia do indivíduo, na desobediência aos padrões preestabelecidos (ilustrados e clássicos)
porta-voz da revolução (mundo novo, mais justo)

rebeldia
O Romantismo foi uma escola “da burguesia, pela burguesia e para a burguesia”, de onde seu caráter profundamente ideológico em favor da classe dominante.
Porém, em pouco tempo,
a rebeldia e a euforia cederam ao desapontamento e à frustração diante da pouca repercussão prática dos ideais revolucionários na reformulação das relações sociais.
DESCRENÇA → REAÇÃO
Visão de mundo romântica: reação ao antigo e ao novo!
O espírito romântico opôs:
o sentimento e o coração à razão e à mente,
a arte e a poesia à ciência,
o espiritualismo ao materialismo,
a subjetividade à objetividade,
o cristianismo à filosofia ilustrada,
a noite ao dia,
a expansão e o entusiasmo ao equilíbrio,
o isolamento ao convívio social,
os valores individuais aos universais...
A partir da visão idealizada do indivíduo como ser original e singular, dotado de gênio e liberdade, fez a crítica da alienação do homem mergulhado em uma vida cotidiana e medíocre na estrutura da nova sociedade burguesa.
O Romantismo foi um movimento amplo e apresentou, muitas vezes, características contraditórias.
Um novo público
Com o final do período clássico, desapareceram os mecenas das artes e surgiu um público consumidor amplo e anônimo, que impôs seu padrão de gosto e suas aspirações e que propiciou o surgimento de uma nova linguagem literária que evidenciou:
- a oposição aos modelos da tradição clássica e a liberdade de criação e de expressão;
- a rejeição por uma arte de caráter erudito e nobre a favor de uma arte de caráter mais popular (interesse pelo folclórico, pelo nacional);
- o apelo para os sentimentos e para a imaginação.
O romance (prosa artística, forma mais acessível de manifestação literária) ganhou um espaço que sempre lhe fora negado pela literatura clássica. O teatro ganhou novo impulso, abandonando as formas clássicas e se inspirando em temas nacionais, que propiciou o surgimento do drama.504px-Ippar-palacio-pena-aerea

Palácio da Pena, em Sintra.

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